30 de março de 2010

Peabiru, um caminho de história

Um caminho longo, de mais ou menos três mil quilômetros, que ligava o interior do Estado de São Paulo ao Peru. Era uma trilha que cortava o Brasil de leste a oeste, interligando os Oceanos Atlântico e Pacífico.
Esse caminho existia bem antes da vinda de Cristovão Colombo à América, em 1492, e da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500. Alguns historiadores afirmam que o Peabiru tinha cerca de oito palmos de largura, o que dá em torno de 1,40 metro por 0,40 de profundidade.

Para o caminho não desaparecer com a constante erosão, os índios guaranis, usuários do Peabiru, plantaram uma graminha no trajeto. Eles abriam picadas no mato e semeavam as sementes de pelo menos três espécies de gramináceas.

As plantas nasciam e logo cobriam completamente o solo e impediam o crescimento de árvores e ervas invasoras. Sem isso, diz o professor Moysés Bertoni num de seus livros, a picada teria desaparecido.

Ramais
O Caminho de Peabiru tinha vários ramais e um deles que partia de Santa Catarina passava pela região de Campo Mourão, noroeste do Paraná. O município vizinho, Peabiru, é um exemplo, pois seu nome foi dado por Sady Silva, em 1945. Ele era do Departamento de Geografia, Terras e Colonização do Estado do Paraná e conhecia a história e a importância do Caminho de Peabiru.

O ramal de Campo Mourão começava em Itu, Estado de São Paulo, e seguia paralelo ao Rio Tietê, rumo oeste, até Botucatu. De lá, seguia até o Rio Paranapanema e chegava ao Ivaí. Dali, alcançava o Rio Mourão e o município de Campo Mourão.

Livro

Marco em homenagem a Cabeza de Vaca.
Há várias denominações do Caminho de Peabiru, a exemplo de "Caminho de Mato Batido", como diziam os índios. Os jesuítas chamavam-no de Caminho de São Tomé.
Dizem que o primeiro europeu a percorrer o Caminho de Peabiru foi Aleixo Garcia, que teria sido morto por volta de 1525. Mas quem fez o mesmo trajeto e deixou um livro sobre o assunto foi Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, enviado ao Brasil pelo então governo espanhol.

Em Naufrágios e Comentários, Cabeza de Vaca, como era conhecido, narra sua viagem pelo Peabiru em 1541, portanto 19 anos depois que Aleixo Garcia teria feito o mesmo trajeto.

Vestígios atraem aventureiros


Ponto de partida da caminhada em Campo Mourão.
Na região de Campo Mourão é possível ver alguns resquícios do Peabiru, o que tem motivado aventureiros e estudiosos a refazerem o percurso. Um desses trechos sai de Campo Mourão passa por Barbosa Ferraz e chega a Fênix.
São cerca de 60 quilômetros de muita beleza e história. Quem se dispõe a percorrer o trajeto chega ao Parque Vila Rica do Espírito Santo, uma cidade histórica construída pelos espanhóis.

Em Pitanga, vestígios do Caminho de Peabiru podem ser vistos num sítio de 49 alqueires. No local, há trechos com uma graminha conhecida por puxa-tripa porque gruda nos pés de quem passa pela trilha.

Ainda hoje essa espécie de planta é comum na região. Pela propriedade, as pedras de basalto, conhecidas por pedra ferro, chamam atenção dos visitantes.
Em 1971, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná investigou pistas do Caminho de Peabiru nas cidades de Campina da Lagoa e Ubiratã e achou até sobra de um ritual de cremação.

Anos depois, no entanto, a cultura da soja destruiu a trilha preservada.
O resultado dessa descoberta, apesar do sumiço dos vestígios, continua sendo um dos mais reveladores sobre o Peabiru.


Fonte: http://www.parana-online.com.br/canal/viagem-e-turismo/news/324103/?noticia=PEABIRU+UM+CAMINHO+DE+HISTORIA. Acessado em 03/2010.

2 comentários:

  1. Professor aconteceu um imprevisto!!!
    Você falou sobre complementar o texto na terça,não é, então o meu texto tava num pendraive e ele sumiu ai quando a Mariana voltou de viagem eu pedi ao meu pai mandar por Email para mim e para ela pois o trabalho estava no notebook dele.A Mary ia começar a ajustar o trabalho e dai o trabalho num abriu agora a gente ta sem trabalho pois eu nao tenho Microsoft para abrir.Você pode dar uma outra chance eu fiz o trabalho por favor,você sabe que somos boas alunas=D

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  2. kkkkk conversinha hein? nao dava pra mandar um email para o professor?

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